Foi num dia de Novembro, já no fim das férias. Na véspera tinha ido jantar a casa de uns amigos e conversa puxa conversa fiquei de passar uma entrevista do Lobo Antunes que tinha saído no Y ao Nuno. Como eu tinha gostado imenso de lê-la e queria guarda-la para mim, resolvi ir ao Sr. Jaime tirar uma fotocópia.
Quando cheguei à porta da papelaria achei estranho não ver o nome Fangela inscrito na placa. Entrei. Antes de parar em frente à máquina das fotocópias dei a volta à loja… há sempre tantas coisas para ver nas papelarias… entre os vários modelos de canetas e os cadernos, já se perde uma boa meia hora. Estranhamente achei tudo muito mais vazio. Subi à parte da livraria e achei-a pobrezinha… mas o que na verdade me chamou a atenção foi a ausência de caras conhecidas. Lembro-me bem do Sr. Jaime e de uma senhora na parte da papelaria, lembro-me da pessoa que estava mais vezes nas revistas e fotocopias e da senhora da livraria, claro, onde tantas vezes encomendei os meus livros escolares.
Eles eram todos uma simpatia, sobretudo as senhoras… não me lembro como se chamavam embora me lembre do Sr. Jaime trata-las pelos nomes. Era um serviço personalizado, com direito a explicação e conselhos…
Bem, depois desta enxurrada de memórias e de comparações com tempos antigos, lembrei-me que esta ali para a famosa fotocopia. Aproximei-me do aparelho e veio um rapaz que me perguntou o que desejava. Expliquei-lhe e ficou um bocadinho incomodado com o serviço e com o tamanho das páginas do Y. Um suspiro e um sorrisinho ao canto da boca e diz-me… “saía-lhe mais barato comprar o jornal”. Respondi-lhe que sabia mas que era um numero antigo e logo a seguir perguntei-lhe se a papelaria não pertencia às mesmas pessoas de antes. Ele disse-me “não… que dizer… mais ou menos”… e despedi-me com um “foi o que me pareceu, obrigada”….
10 comentários:
Que pena!!
O Sr. Jaime fazia parte do bairro de S. Domingos de Benfica. Tenho 53 anos, lembro-me bem do Sr. Jaime ser jornaleiro e, cheio de perícia, mandar o jornal, bem enrolado, para as varandas dos clientes. Mais tarde, talvez por volta dos meus 10 anos, abriu uma pequena papelaria junto à Colmeia, onde se manteve, até muito tarde, a sua mulher, D. Lisete. Posteriormente, talvez há uns quarenta anos, abriu a Fangela, onde todos nós comprávamos as últimas novidades em cadernos, canetas e, claro, encomendávamos os livros escolares. Ali, encontrávamos os colegas da escola e do liceu, sabíamos as novidades e eramos tratados pelo nome próprio pelo Sr. Jaime e suas funcionárias. Bem hajam!
obrigada por estas recordações helena! acho que havia dois Srs. Jaime, o da Fangela e o dessa papelaria mais pequenina! Qual dos dois enviava os jornais para a varanda dos clientes?
belas recordações, que pena ja não existirem os rapazes dos jornais! ;)
Muito estranho mesmo! Pois vou quase todos os dias lá! O que sei é que é negócio de Familia, e que neste momento (+/- 3 meses) o Sr. Jaime abriu a livraria no outro lado da rua, e que passou essa parte para lá, juntamente com o material escolar. No sabado passado vi o Sr. Jaime ao balcão.
A livraria do outro lado da rua? perto da lavandaria? ... pois, talvez seja negocio de familia e tenha havido mudanças na organização... dai a resposta que me deu o rapaz. de qualquer forma fico contente que o Sr. Jaime ainda esteja por la e estou muito curiosa por ver uma nova livraria (e de rua) em São Domingos de Benfica!;) obrigada pela noticia Gilia! ;)
Olá J., o Sr. Jaime é só um. Começou por abrir a papelaria pequenina junto à Colmeia, posteriormente abriu a Fangela. Antes de ter a sua loja, era o próprio Sr. Jaime, ainda rapaz novo, que corria as ruas das redondezas, com um saco de pano às costas, e lançava os jornais, os matutinos e vespertinos, para as varandas dos clientes.
ola helena,
eu sempre conheci o Sr. Jaima da Fangela, mas lembro-me de um senhor que estava sempre nessa papelaria pequenina, alto e magro de cabelos muito brancos... a vizinhança dizia que se chamava Jaime também. Seria confusão? ;)
Vocês não terão por ai fotografias da nova livraria? ;)
Acho que esse senhor trabalhava para o Sr. Jaime, mas não sei o seu nome.
Tenho pena, mas não tenho fotos.
Gostava também de ter fotos da Colmeia, do tempo em que era um café/pastelaria com mesas em cima e na cave. Na cave havia uma telefonia enorme junto às escadas.
Lembro-me do Sr. Jaime. De ir lá ás sextas meter o totoloto. Lembro-me da D. Lizete, de ir lá todoso os dias ver os jornais. Ver os matutinos e os verpertinos. Lembro ainda de ir onde era a Fangela, ver discos de vinil. Que loja era?!
O Sr. Jaime é só um, marido da D.Lizete, a empregada mais antiga deles creio chamar-se Maria,e ele tinha uma habilidade incrivel em acertar nas varandas com os jornais, e foi com ele que aprendi a descer dos eléctricos em andamento de costas.
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