06/03/10

Jardim de Inverno

Foi um dia antes de irmos embora... há sempre a sensação de que muitas coisas ficaram por fazer… mas vamos vivendo o momento, e quando o dia D chega, levamos a mão à testa e pensamos em tudo o que não fizemos.

Acordei, tomei banho e fui por ali fora… os passos levaram-me para os lados da praça. Mas já era tarde e havia pouca gente… o mercado estava vazio e as bancas desfalcadas, por causa da hora tardia. De maneira que pedi para tirar meia dúzia de fotografias, muito mal conseguidas, e sai à procura de algo que me enchesse a memoria antes de regressar a França… fui por ali, a olhar para todos os lados e a clicar em tudo o que detivesse o meu olhar mais de 3 segundos…












... a poucos metros dali, lembrei-me que podia fazer corta mato para voltar à estrada de Benfica… e, por momentos, tive a impressão de que entrava noutro mundo… ao inicio pensei “um jardim de Inverno” mas rapidamente mudei de ideias, tudo se tornou confuso, havia ali poesia e solidão… como se tudo estivesse desarrumado numa casa bonita…









clic, clic... clic clic… mas quem fez isto? Quem vem aqui? Volto atrás e tento encontrar respostas numa pessoa que me parece viver ali há muito tempo… “vêm para ai à noite, fazem barulho, há quem se queixe”… fico a pensar se será “o pessoal da praça”, termo usado para as pessoas que moravam mais para o lado do mercado e que passavam as tardes na esplanada do “Arabesco” e as noites no “Home” …








a verdade é que estava tudo muito bem distribuído, via-se alguma “arrumação” no meio da desarrumação... uma vassoura... um espelho... em todo o caso parecem pessoas com sede e que de vez em quando para aconchegarem o estômago, usam o micro ondas…













foi uma mistura de sensações, este lugar… um jardim comunitário e … humanitário, foi o que me pareceu...











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