QUINTA DA GRANJA
Em Benfica a maioria dos monumentos resulta das quintas que se espalhavam pelo território. A título de exemplo salienta-se a Quinta da Granja.
Situada na Freguesia de Benfica, entre a Av. do Uruguai, a Av. Lusíada, a Av. Do Colégio Militar e a Rua Dr. José Baptista de Sousa, a Quinta da Granja já existiria no séc. XVII.
No século XIX, sob as mãos da família Van Zeller, entregavam-se essencialmente à produção de vinha, actividade agrícola que dominava nas muitas quintas agro-pastoris que havia nesta região periférica da cidade de Lisboa. Esta produção foi abandonada na segunda metade do século XIX, altura em que a plantação foi atacada pela filoxera. A partir desta data, a cultura de cereais passou a dominar, o que ainda acontece actualmente na parte da Quinta (a Granja de Cima), que, desde 1824 pertence à família Mesquita.
Este é um dos raros exemplos de unidade de produção agrícola que ainda permanece em actividade na cidade de Lisboa.
Esta actividade pode ser observada na Quinta da Granja de Cima em duas vertentes: - Anualmente pode assistir-se à preparação da terra para a sementeira do cereal que nesta altura do ano (primavera) já começa a amarelecer. Daqui a uns tempos virá a máquina fazer a ceifa à qual se segue a separação do grão da palha. Daí a umas semanas outra máquina procederá ao seu enfardamento. Esses fardos serão transportados para outras paragens.
- A Quinta da Granja de Cima tem vários caminhos que se dirigem para a casa grande, todos eles ladeados por grandes oliveiras nas quais se processa, no Inverno, à apanha da azeitona de uma forma manual. As mantas estendem-se pelo chão ao redor das árvores, varejam-se com uma grande vara. Depois é só tirar a folhagem que caiu e ensacar as azeitonas.
O espaço da quinta também é aproveitado pelo cidadão comum para passear os cães, as crianças, e até mesmo para a prática de aeromodelismo.
Nos terrenos adjacentes (a Quinta da Granja de Baixo), de propriedade municipal, foi inaugurado em 2009 o Parque da Quinta da Granja e que é um novo espaço de lazer e de contacto com a natureza. Aparentemente ainda há muito a fazer na interligação das hortas ali existentes e o jardim propriamente dito, mas o espaço está já muito agradável.
O edifício que se pode ver no ponto mais alto de todo aquele espaço ainda se mantém em ruínas mas há a previsão de que em 2012 deixe de estar ao abandono pois prevê-se que seja ali construída pela Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger (ASPA), uma residência de dois pisos destinada à formação profissional e reinserção social de 53 jovens portadores da síndrome de Asperger.
A Quinta da Granja que afinal é composta por dois espaços distintos, é um pequeno pulmão para Benfica e um óptimo espaço onde a paisagem ainda é verde.
Sílvia Souto
3 comentários:
Um grande espaço, em que é pena os edificios estarem tão degradados... mesmo assim está avaliada (2008) em 20 milhões de euros. Não, não me enganei, são 20 milhões de euros, qualquer coisa como 900 € o metro quadrado.
Olá amigos
Claro que, na década de 50/60 a Quinta da Granja de Cima não tinha esta configuração. A Quinta da Granja de Cima abrangia parte da antiga Azinhaga da Fonte (Avenida do Colégio Militar) até à antiga Estrada do Poço do Chão (Rua da República da Bolívia). O limite da Quinta da Granja de Cima (a norte) era a ribeira que, atravessando a Quinta do Sarmento ou do Bom-Nome, sob a Estrada do Poço do Chão e, depois, percorria todo o espaço (a linha de água que ainda lá está)até à Azinhaga da Fonte. portanto, um bocado mais a Sul da Avenida dos Lusíadas. A ribeira separava a Quinta da Granja de Cima da Quinta do Conde.
A única entrada para a Quinta da Granja de Cima fazia-se pela Travessa da Granja que, como se sabe, começava na Estrada de Benfica. Ela ainda lá está, embora tivesse sido amputada de um bom pedaço.
Na estrada do Poço do Chão, existia uma outra entrada junto ao chafariz (que foi destruído).
Um abraço a todos os amigos
Fausto Castelhano
Amigos
E, já agora, um pequeno pormenor. a entrada da Quinta da Granja de Baixo fazia-se pela Azinhaga da fonte nº 1 e 3. E por falarmos na Azinhaga da fonte, alguèm se lembra da cascata monumental que foi destruída nos anos 50/60 do século XX?
Um abraço
Fausto Castelhano
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