Quantas vezes passei por aqui sem saber que era o Palácio Fronteira ou Palácio dos Marqueses de Fronteira... aos fins-de-semana lá íamos nós Serra do Monsanto acima em direcção ao Parque do Alvito, o parque com os baloiços que voavam mais alto... nos dias que antecediam as férias grandes e na "rentrée" era um alarido à porta do Palácio, centenas de carros, pais e crianças, abraços, beijos e lágrimas... e eu pensava que aqui era a casa dos "pupilos do exército", aqueles rapazes sempre muito direitinhos de farda cinzenta e chapéu...
Há pouco tempo atrás recebi um mail com a informação de um debate que teria lugar precisamente neste Palácio e foi aí que comecei a olhar para ele com outros olhos... e mais tarde, no livro de José Cardoso Pires fiquei surpreendida de ver São Domingos de Benfica naquelas páginas... ele dizia assim...
"Longe, noutra Lisboa, São Domingos de Benfica, existe um bestiário-mistério guardado em palácio há mais de trezentos anos.
Está envolvido em jardins e floresta na base da Serra do Monsanto e tem um aval de marqueses ilustrados a dar-lhes majestade. Palácio Fronteira, eis o lugar. Como arquitectura, peça única: vem em capítulo maior nos tratados dos mestres e vale pelo deslumbramento com que foi concebido. Como pousada de arte, maior previlégio ainda porque a ousadia e o mito ressaltam por toda a parte em figuras de beleza classica ou em monstros de escárnio e de excumunhão. Pressente-se uma diabólica aliança do sagrado com o profano a conduzir o nosso olhar, estamos, não há dávida, num lugar prodigioso para conceber um bestiário perverso e dar-lhe morada eterna.
Está envolvido em jardins e floresta na base da Serra do Monsanto e tem um aval de marqueses ilustrados a dar-lhes majestade. Palácio Fronteira, eis o lugar. Como arquitectura, peça única: vem em capítulo maior nos tratados dos mestres e vale pelo deslumbramento com que foi concebido. Como pousada de arte, maior previlégio ainda porque a ousadia e o mito ressaltam por toda a parte em figuras de beleza classica ou em monstros de escárnio e de excumunhão. Pressente-se uma diabólica aliança do sagrado com o profano a conduzir o nosso olhar, estamos, não há dávida, num lugar prodigioso para conceber um bestiário perverso e dar-lhe morada eterna.
in Lisboa livro de bordo, José Cardoso Pires, Publicações Dom Quixote
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5 comentários:
Muito obrigada, J. por este post sobre um palácio que parece lindíssimo (pelas fotos e, sobretudo, pela tua descrição :)
Infelizmente, mea culpa, um local que ainda não conheço... a ver se lá vou um destes dias, ou então, marcamos para quando cá vieres de férias :)
as fotografias não são minhas, tive que tirar da internet ;)... e aqui para nós, em segredo, também nunca lá fui, só o conheço por fora! fica combinado, quando for aí temos que lá ir as duas ;)
lanche na mata, visita ao palácio, se calhar ainda fazemos um percurso turistico do mercado de bem-fica ;)
obrigada!!! tenho mil fotos de benfica, nasci lá, descobri aqui um tesouro! :)))
ficamos em contacto
bj***
J. - fica desde já combinada essa visita turística promovida pelo Mercado de Bem-Fica, lá mais para o Verão... extensível a todos os nossos leitores ;)
Helena: muito obrigada por ter seguido o convite que deixei no seu blog!
E bem vinda aqui ao nosso Mercado!
Esperemos continuar em contacto, para troca de memórias :)
Um abraço
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