Esta era a horta do « meu » porteiro… lembro-me que tinha galinhas e alguns legumes, parece-me… hoje é um matagal, não sei a quem pertence o espaço, mas é possivel que acabe como o que está ao lado, uma espécie de armazém de carros ora novos ora desfeitos. Mas voltando ao porteiro, lembro-me de o ver muitas vezes aqui… outras vezes tornava-se invisível, pois entrava naquela casinha, que conseguimos ver à esquerda e ali ficava uma grande parte do tempo a arranjar malas e sapatos. Era a sua profissão, sapateiro. Só regressava a casa ao som da voz da sua esposa, a Dona Maria José, que ía à varanda e gritava « Mendes ! Mendes ! Ō Mendes » e lá vinha ele. Ouviamo-lo subir as escadas, às vezes ía parando em cada porta do prédio para entregar os sapatos que os vizinhos pediam para concertar, outras vezes ouviamos apenas o barulho da porta a fechar (vivier num prédio é assim, conhecemos o som de todas as portas)
Estas hortas (ou quintas) eram, para mim, misteriosas… a que hoje serve de depósito de carros, em tempos tinha um poço e lembro-me de vê-lo ainda. Lembro-me de umas pedras sobrepostas, como se fossem vestígios de casas que ali existiram em tempos… reza a história que naquele terreno morreu queimada, não sei se uma familia, se uma criança e desde então nunca mais aquele espaço foi ocupado…
Mas para a verdadeira história ficamos à espera da entrevista do Rui ao senhor da hora !
10/03/09
As traseiras da Rua Montepio Geral
Há dias, em mails que troquei com o Rui (meu vizinho de rua… sei-o agora,) falavamos das traseiras, da Rua Montepio Geral. O Rui dizia que podia ser mais um dos post possíveis para ele oferecer ao Mercado, entrevistando o dono da horta, e eu fiquei a pensar naquelas « quintas » que são a vista das nossas janelas… e, por mero acaso, acabei por encontrar esta fotografia…
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário