21/06/10

A carroça do pitrolino


A carroça do “pitrolino”
(para a Helena Águas, que não se lembra da loja do pitrolino)

Leninha: eu cá vivi mais de 10 anos no 27 A da Estrada da A-da-Maia, em frente ao café do Sr. Quaresma, que tinha a pista de automóveis eléctricos.
(Ainda hoje aí temos um duplex T9 à venda, mais uma loja).
Quanto ao "pitrolino", que era um edifício azul feio, e terminava em quilha de barco, no início do lado direito da JFL de quem vem da Estrada de Benfica. Era uma loja muito antiga, drogaria e carvoaria, anterior ao Bairro, que vendia carvão e sabões. Sobre a loja havia um pátio descoberto e  gradeado, que dava para as duas ruas: a futura JFL e a Estrada da A-da-Maia.
O "pitrolino" era dinâmico e tinha uma carroça de alumínio (modernaça) que percorria os dois bairros, vendendo sabão azul (macaco) e amarelo (amêndoa) em barras. O primeiro era para a roupa,  e segundo era para o chão, geralmente em madeira.  As nossas mães e empregadas compravam uma determinada medida, e o homem cortava as barras com uma faca depois de medir as quantidades com uma fita ou paus. Além dos sabões, vendia outros detergentes e petróleo, benzovaque (para as nódoas da roupa), álcool para assar chouriços, cera ao peso em papel vegetal e caixas de fósforos muito  grandes, com um tipo careca sentado num maple, de costas, e a fumar (custavam 8 tostões, que era um balúrdio).
O prédio velho e pouco alto foi deitado abaixo e construído o que agora lá está, e sendo o anterior em quilha (com um candeeiro miserável pendurado na junção das paredes) e dando para as duas ruas, este agora de 1963 ou 1964 contorna o o arrredondamento    entre as duas ruas, tendo no r/c a loja do Amorim e na zona da Estrada da A-da-Maia uma tasca que vendia ginjinha.  A primeira loja na zona da JFL foi a dos vidros - mas depois trocaram, e ficaram como hoje estão . O Sr. Amorim, no tempo do pitrolino, era um jovem simpático que trabalhava para o Sr. Madureira, numa mercearia situada na enfiada da Igreja de Benfica onde agora estão aquelas sobrelojas (o Sr. Madureira, era também dono do café Paraíso, situado de fronte da dita, muito frequentado por Eusébio e outros jogadores do Benfica da altura, como o teu pai, o Cávem e etc.).
Questão final: a carroça do pitrolino era puxada por uma égua branca esbelta e grande: como se chamava o animal?

Fotografia da AML

1 comentário:

Helena disse...

égua branca e grande??
ia jurar que era um macho grande e castanho escuro
e que o homem DO PITROLINO usava um chapéu de abas largas preto
:)