
Sim, é uma barbearia, melhor, hoje em dia é "dois em um", um barbeiro de homens e um cabeleireiro de senhoras na mesma loja . Não sei se o violinista está desempregado e encontra modo de sobreviver ou se é amigo do proprietário, se é uma estratégia de marketing --- vejo depois um cartaz a anunciar a abertura de nova loja. Gosto de pensar utopicamente que poderíamos tornar a vida na cidade em espaços de convivencialidade e de aprendizagem informal em que lojas poderiam aderir a uma rede de "objectos educacionais" como propunha Ivan Illich nos anos 70 do século passado na sua sociedade sem escolas. Gosto de pensar que poderíamos cortar o cabelo a ouvir violino e deslizarmos para o outro lado do espelho, noutro tempo noutro lugar, passando os olhos por < albuns fotográficos de figuras da música e da pop >. Gosto de pensar que em certas condições se poderia aprender o b-a-bá do corte de cabelo ou < a aplicar "henna" no cabelo >, como fazem as mulheres marroquinas.

3 comentários:
deliciosamente insolito :)
agora existem aquelas cadeiras que fazem massagens para descontrair enquanto nos lavam o cabelo... porque não um concerto privado de violino? uma forma mais original de descontrair...
muito bem apanhado! ;)
Conheci o Violinista, é um homem notável, chama-se Canto e Castro e é também um exímio imitador. Fazia muitas vozes do programa Contra-informação. Não sabia que agora actuava naquele sítio, já o tinha visto num restaurante, ao jantar.
Além disso queria FELICITAR o autor deste Blog,pela sua sensibilidade, pela pesquisa e capacidade de observação. Eu sou um r~esidente em Benfica e S. Domingos de benfica há cerca de 40 anos. Saudações e parabéns
Sim agora que me fala em Canto e Castro reconheço que aquela cara não me era estranha; associando-o mais ao teatro e às imitações do que à música, talvez por isso não o reconheci, esta tendência para se limitar as personagens a uma única dimensão quando elas tem várias.Agradeço as suas felicitações em nome dos que fazem este blogue e somos vários, eu só colaboro há um par de anos. O que me agrada no "mercado" é a ideia de se poder colocar sob um balcão metafórico as palavras e os afetos sobre um lugar,"aqui bem-fica" território de aprendizagens e de construção de um ambiente humanizado, valor à apreciação e ao reconhecimento de quem quiser, para usufruto. E como não podia deixar de ser, este mercado só pode ser um espaço aberto a todos os que queiram colocar "sob o balcão". Sinta-se pois à vontade, se assim o entender para se juntar a nós! Saudações
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